sexta-feira, 10 de abril de 2009

Minha Culpa, Minha Culpa, Minha Máxima Culpa

culpa
s. f.
1. Falta voluntária contra o dever; omissão; desleixo.
2. Causa (de mal ou dano).
3. Imputação.
4. Delito; crime; pecado.
Sin.: arrependimento
fonte: http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx


Duas coisas interessantes sobra a palavra culpa: A primeira ser, Substantivo Feminino, sempre a gente. E depois ser sinônimo de arrependimento...

Culpa e maternidade andam de mãos dadas. Mas, arrependimento...?

Em junho faria um ano que não saia sozinha com o meu marido, com o propósito de se divertir. Então ontem à noite resolvemos aproveitar a véspera de feriado e ir a uma pizzaria com um casal de amigos.
Lógico que pra isso foi necessário um planejamento de pelo menos três horas de antecedência. Saber com quem ficaria a neném , dar banho nela, preparar a bolsa dela com fraldas extras, leite, suco, brinquedo... E, além disso, ainda tomar banho, se arrumar, tentar achar uma roupa decente que te caiba, achar o tênis do marido que ele nunca sabe onde está, fechar a casa, por comida pros gatos, etc.
Ou seja, são 3 horas de preparativos pra ficar 1 hora e meia fora de casa.

Toda essa maratona pra conseguir sair para comer uma pizza já seria suficientemente desmotivador, mas muito pior que isso é descobrir que sua filha de 1 ano e 3 meses já faz chantagem emocional com vc e o pior de tudo: que vc cai nela.

Enquanto eu conversava com meu marido na parte da frente do carro ela vinha na cadeirinha atrás rindo da nossa conversa e matraqueando (ela está na fase do táti bi tati), quando a descemos do carro, ela fez um biquinho de choro e aquela cara de “porque, vcs estão me deixando aqui”. Aquilo acabou comigo. Me senti traindo ela, como se a tivesse largando por motivo torpe, a pior mãe do mundo!

Fui até a metade do caminho comentando a cara de abandono que ela fez, pensando se realmente valia a pena deixar a menina lá, (podia pedir uma pizza em casa. E ainda comer com ela..) e sentindo uma mistura de culpa e injustiça, afinal só porque agora eu sou mãe não me exclui o direito de ter vida social.

Até que me dei conta do seguinte: a culpa é toda minha mesmo. Eu sou a mãe e a culpa será sempre minha.
Quando ela cai no chão por que tá aprendendo a andar, quando uma fralda dá assadura, quando ela tem febre por causa do primeiro dentinho, quando ela não quer por a sandalinha, quando não quer comer brocoli.... a culpa é e sempre será minha. Já diria a voz do povo, quantas vezes você já não ouviu "Cade a mãe dessa criança?" ou "Essa criança não em mãe?"
A psicanálise reafirma isso, até freud explica, em resumo, que todas as nossas frustrações na vida são causadas pela nossa mãe que fez algo errado, ou na hora errada.

O que fazer então ? Na minha opinião somente aceitar, não adianta ficar brigando contra uma coisa que já é verdade absoluta.

E quando ela tiver que ir pra escola? E quando ela resolver fazer faculdade fora da cidade? Colocar um piercing? Fazer uma tatuagem? E quando ela resolver ser veterinária de animais silvestres e se mudar pra uma reserva ecológica no Amazonas ? Tudo minha culpa.




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